23 de abril de 2012

Os "cidadãos de bem" e as cotas



Em tempo: O “cidadão de bem” é aquele que sempre se reafirma como tal. Adora bradar que paga seus impostos e que respeita as leis (o que é questionável em alguns aspectos), como se aqueles que pensam diferente dele não fizessem o mesmo. Acha que o fato de ler os principais veículos da mídia o torna parte da elite intelectual, a qual é composta por homens que deveriam possuir o direito exclusivo de decidir a respeito dos rumos do país. Para ele, o mundo pode ser entendido de um modo bem simples, pois as regras estão ditadas e consagradas. Esses que falam em diversidade e pluralidade estão apenas inventando moda, querendo confundir as coisas. Os cidadãos como ele detêm a exclusividade da probidade e da justeza. Os outros erram, mudam de opinião, erram outra vez. Ele é resoluto, convicto, inabalável, mesmo que não consiga apresentar argumentos que sustentem com firmeza seus posicionamentos. Sente-se parte de uma classe superior, que sempre se mantém como referência absoluta de conduta. Conservador que é, aprecia estar próximo apenas daqueles que pensam do mesmo modo que ele, em praticamente todas as questões. Aqueles que defendem causas diferentes das suas... não, não... esses não são do “bem”.

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