17 de abril de 2010

O ateu que encontrou Deus
- Parte III: Levítico (A lei, a moral e os bons costumes)


Prólogo - Parte I - Parte II - Parte III - Parte IV - Parte V - Parte VI - Parte VII - Epílogo

O rádio do carro noticiava novos escândalos envolvendo padres pedófilos. Os tempos andavam difíceis para a Igreja Católica. Parte da imprensa mundial a acusava insistentemente de ter acobertado durante décadas escândalos desse tipo, o que acabava por ressuscitar a lembrança de outras tantas atitudes condenáveis da instituição. A Legião de Cristo, uma das mais destacadas ordens católicas do mundo, frente a fortíssimas evidências, acabara de admitir os crimes de seu fundador, praticados inclusive contra seus próprios filhos. Um papa extremamente conservador, que viria a renunciar algum tempo depois, acabava contribuindo para o agravamento da crise. Naquele momento, já se podia ver o início de uma reação contra as denúncias: muitas pessoas ligadas à igreja e à tradição cristã passaram a atacar a imprensa e sua "histeria anticatólica". Enquanto estacionava o automóvel, Alceu imaginava o quanto seria difícil que uma onda como aquela tomasse conta da imprensa brasileira. Afinal, esta era fiscalizada há anos, de modo extraoficial, por outra ordem: a Opus Dei. Mas algo parecia estar mudando. Sim, ele achava que sim. E tinha mesmo alguma razão: o papa que assumiria em seguida realmente traria novos ares e tornaria o clima mais leve.

A casa paroquial era bem grande, um jardim muito bem cuidado à frente. O homem foi recepcionado por uma das empregadas, uma bela e tímida jovem. Dentro da casa, muito espaço. Um ambiente confortável. A moça guiou-o escadas acima até uma sala ampla onde havia uma mesa comprida, um armário feito de madeira, de aparência antiga, e, em um dos cantos, próximo a grandes janelas abertas para o jardim interno, um sofá de espuma macia, onde o fez sentar-se. Ele, de forma quase inconsciente, observava o andar da moça a retirar-se, quando foi surpreendido pelo padre:

- Admirando a beleza do mundo, Alceu?

O arquiteto levantou-se assustado, um tanto sem jeito. Os dois cumprimentaram-se e sentaram-se em seguida.

- Vocês têm um lugar muito bonito aqui. - observou Alceu - Realmente aconchegante.

- Ah, eu adoro passar os dias neste recinto. Poucas coisas dão-me tanto prazer quanto caminhar pelos jardins, observando todos os encantos. A essa hora o sol castiga, por isso costumo assistir ao jornal da emissora local na sala ao lado. E não é que acabaram de informar sobre o debate do qual você irá participar na universidade? Veja que coincidência!

- Muita coincidência. Agora mesmo eu estava ouvindo o rádio e eles estavam falando sobre a igreja.

O padre logo intuiu que deveriam ser más notícias.

- Esclareça-me uma dúvida, meu filho. - disse ele, para mudar os rumos da conversa - Por que um arquiteto irá participar de um debate sobre religiosidade?

- Na verdade, participarei do debate porque leciono no departamento de filosofia. Tenho pós-graduação em lógica e metafísica.

- Muito bom, muito bom. E não acha perigoso divulgar seu posicionamento aos jovens? Qual seria a vantagem de se espalhar o ateísmo? Esta não deveria ser uma opinião pessoal, guardada aí em seu interior? Afinal, frente ao problema do mal, faz-se necessário defender o cristianismo.

- Confesso que não compreendi.

- Um pouco de sofrimento, de medo da punição, pode levar ao aperfeiçoamento do caráter. Quem nega a existência de Deus cai no mais completo relativismo moral, de modo que um ateu não pode condenar nenhum ato, por mais assustador e hediondo que seja. É impossível e impensável viver de modo coerente e consistente com essa perspectiva de vida.

- O padre poderia explicar um pouco melhor essa ideia? - solicitou Alceu.

- Quando observamos o que o ateísmo fez no século XX, vemos que o que estou dizendo está correto. Se negarmos Deus, então tudo será permitido. Stalin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, Sendero Luminoso, Gulag, Holodomor, Grande Salto para Frente, Revolução Cultural. Esses foram alguns dos ateus e fenômenos por eles produzidos. A ausência de uma moral absoluta que decorra de Deus gera tal morticínio ateísta. O ateísmo é uma perspectiva de vida na qual o indivíduo não detém padrões e deveres morais absolutos. A ausência de um padrão normativo enseja ações como a de Stalin.

- Mas, padre, cristãos e demais religiosos também não praticam atrocidades?

- Esses não são cristãos. Afinal, Cristo disse: "Nem todo aquele que diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu pai". Deus não ordenou como lei volitiva e absoluta que seus filhos chacinassem tal como Stalin. Os que assim procedem não fazem a vontade do pai. Segue-se que, segundo Cristo, eles não são cristãos.

- Quer dizer então que a pessoa que se diz cristã e pratica maldades não é cristã de verdade, mas a pessoa que se diz ateísta e pratica maldades é mesmo ateísta? Assim fica fácil colocar todo o mal na nossa conta! - protestou Alceu.

- Como poderia ser diferente? - indagou Padre Messias.

- Padre, tivemos ao longo da história inúmeras barbaridades cometidas em nome da suposta existência de um deus. Em nome de um deus, muita gente justificou as mais terríveis práticas. Inquisição, cruzadas, caça às bruxas, apoio a regimes não democráticos, inclusive nazi-fascistas, intolerância, repressão, discriminação, perseguições, como a sofrida por Galileu Galilei, e assassinatos, como o de Hipátia de Alexandria e Giordano Bruno. Esses são fenômenos teístas. A aceitação de uma suposta moral absoluta, que decorreria de Deus e que deveria ser imposta a todos os seres humanos, gerou todo esse morticínio teísta. Hitler era religioso. Perdoe o lugar-comum, mas o padre chegou a mencionar Stalin. E o que dizer do abuso sexual contra crianças, que a cada nova revelação parece ser mais comum dentro da igreja do que poderíamos imaginar?

- Ora, por favor! - irritou-se o padre - Não me venha com essa! Não posso crer que você também faça parte desse insano tropel contra o catolicismo!

- Desculpe-me, padre, mas ateus e teístas podem cometer barbaridades, motivados pelo fato de serem ateus ou teístas, ou por outro impulso qualquer. Não é a crença em deuses ou sua ausência o que torna uma pessoa boa ou má. Muitas das pessoas que o senhor citou não fizerem o que fizeram por serem ateístas, apesar de o serem, mas por outras motivações, pessoais, sociais, políticas, entre outras. No entanto, vários dos acontecimentos que citei foram diretamente motivados pela crença em um deus. Os presídios estão repletos de crentes, quase na mesma proporção que a sociedade como um todo. Ateísmo significa, basicamente, a não aceitação das afirmações dos teístas a respeito da existência de divindades; nada além disso. Por si só, não gera violência. Moralidade é outra discussão. As pessoas praticam atos que vão contra as regras estabelecidas por motivos diversos. A religião pode ser usada para refrear alguns desses atos, mas também pode estimular outros tão ruins ou ainda piores.

- Como seria possível praticar algum mal em nome de Deus? O que seria necessário para considerar que uma ação foi motivada por ele? Deus não pediu que as pessoas praticassem maldades.

- Na verdade, em algumas passagens da Bíblia, Deus ordena que se pratiquem atos que serão considerados hediondos por qualquer indivíduo em juízo perfeito. Mas deixemos de lado o texto bíblico. Quando se envia pessoas para a fogueira ou para a humilhação pública com base na existência de um deus que supostamente deseja que isso seja feito, essa terrível prática é justificada em nome desse deus. Quando se assassina um médico que realizava abortos porque Deus é contra o ato, essa terrível prática é justificada em nome de Deus. Quando se atira uma aeronave contra um edifício apinhado de pessoas porque um certo deus irá oferecer recompensas, essa terrível prática é justificada em nome desse deus. Quando se conquista um território à base da força para ali impor sua religião, como se deu em boa parte da história da expansão do catolicismo pelo mundo, essa terrível prática é justificada em nome de Deus. Inúmeros indivíduos cometeram atrocidades e afirmaram que o fizeram por estar cumprindo as determinações de um ser superior. É provável que muitas delas estivessem mentindo, mas muitas outras realmente acreditavam naquilo que afirmavam, seja por possuírem algum tipo de desvio psicológico, seja por terem sido expostas a afirmações sobre a existência de um deus e sua moral absoluta, seja por outro motivo qualquer. Insisto em apresentar esse tipo de comportamento apenas para demonstrar que o teísmo pode justificar ações condenáveis, com o único intuito de me contrapor à argumentação que tenta imputar ao ateísmo a origem do mal.

- Vejo diante de mim um ateu, cético, ligado à ciência, mas que a ignora em seus argumentos. Em termos científicos, você não poderia expor seu pensamento dessa forma. Uma teoria como a que você propôs precisa ter números, como o percentual de crimes com motivação religiosa. Você não consegue comprovar suas afirmações com dados e não possui um modelo aplicável para calcular a incidência de atos horríveis em comunidades teístas. Em resumo, você não tem prova científica alguma de que o teísmo causa práticas terríveis. Exemplos soltos não configuram uma explicação científica. Os modelos para estudar esses eventos devem ser científicos. Qualquer coisa a menos que isso é fé. Você precisaria da declaração do criminoso antes e depois do ato, e precisaria mapear isso estatisticamente. Tem algo assim?

- Padre Messias parece estar construindo uma armadilha para si mesmo. Está escolhendo um caminho que irá prejudicar mais o próprio ponto de vista do que o meu. Afinal, o padre, por acaso, consegue comprovar qualquer coisa sobre a existência de Deus utilizando métodos científicos? Um pouco de bom senso já seria suficiente para perceber que eu não disse nenhuma bobagem. Ao inverter um de meus argumentos, por exemplo, encontramos um absurdo: "nenhum teísta na história praticou um ato maldoso por ser teísta". Nem mesmo aquele militante evangélico que agrediu o praticante da Umbanda? Alguém é suficientemente inocente para aceitar tal afirmação como completamente correta? À parte disso, as atrocidades cometidas durante a inquisição e as cruzadas estão fartamente registradas e documentadas nos compêndios de história e são de conhecimento da maioria dos indivíduos instruídos. As motivações de Bin Laden e seus terroristas foram expostas pelo próprio. Outros registros sobre políticos e cidadãos comuns que fizeram declarações abomináveis e praticaram atos condenáveis em nome de um suposto deus podem ser encontrados na imprensa e em documentos confiáveis. Apenas alguns exemplos: em 1994, o médico John Britton e seu segurança foram assassinados na porta de sua clínica abortiva, nos Estados Unidos, por Michael Bray e Paul Hill, que alegaram como motivação o fato de Deus ser contra o aborto. Recentemente, no Rio de Janeiro, um homem matou a ex-esposa em um confesso inquérito divino. Apesar de todos os fatos documentados, não conheço nenhum estudo conclusivo que associe fortemente o teísmo ou o ateísmo à prática de maldades e à ausência de moral. Aliás, conheço pesquisas cujos resultados apontam para o fato de não haver diferenças morais e éticas entre ateus e religiosos, realizadas pelo biólogo Marc Hauser e também pelo psicólogo Joshua Greene, ambos de Harvard. Se o senhor fizer uma investigação, poderá encontrá-las. Por ora, esclareça-me a seguinte dúvida: o intuito de tentar relacionar a religião à moral é inferir alguma prova sobre a existência de Deus ou simplesmente defender a manutenção da crença, mesmo que fingida e imposta, como forma de controle social?

- O intuito é permitir a vida em sociedade. Como as comunidades sobreviveriam sem uma moral absoluta?

- Para regular as sociedades, temos as leis, e elas não parecem guardar muitas semelhanças com a "moral" bíblica. - Alceu gesticulou com as mãos, indicando as aspas - Observe que, nas escrituras, podemos encontrar várias situações tidas como normais na época e que hoje são condenáveis. Dos dez mandamentos, apenas dois correspondem a leis em nosso país. Além disso, perceba que as leis não são absolutas. Elas são alteradas com o passar do tempo, a fim de refletir a evolução das sociedades. O padre acha mesmo que, sem a suposição da existência de um deus, a humanidade não conseguiria decidir que não se deve matar os semelhantes indiscriminadamente? Não perceberia que autorizar a violência geraria o caos e tornaria a vida insuportável?

- Sem uma moral absoluta, todos estariam livres para fazer o que quisessem.

- Mas todos são livres para fazer o que querem, desde que possuam os meios para tal. Contudo, devem arcar com as consequências. Como poderia existir uma moral absoluta? De onde ela surgiria? Como seria definida? Por quem?

Alceu já sabia a resposta que o padre lhe daria. Sabia que ouviria algo a respeito de uma entidade sobrenatural, cuja existência não poderia ser comprovada, a qual ditaria as regras absolutas que deveríamos seguir no mundo real, onde pessoas de carne e osso vivem de verdade, sofrem de verdade, lidam o tempo todo com problemas concretos, resolvidos com o conhecimento adquirido pela experiência. A experiência da vida real. Lógica e deslumbrante. Não conseguia entender por completo o mecanismo pelo qual as pessoas aceitavam essa visão. Causavam-lhe estranheza os semelhantes que passavam pela vida sem querer compreendê-la, muitas vezes desprezando-a diante de uma hipotética segunda vida, mesmo sem as devidas evidências, sem um motivo que sustentasse com firmeza tais decisões. Talvez por medo do desconhecido. Então, antes que o padre respondesse, prosseguiu:

- Mesmo supondo que uma moral absoluta realmente fosse possível e necessária, isso não seria nenhuma prova da existência de qualquer deus. Afinal, como inferir tal conclusão a partir dessa suposta necessidade? Perceba que estou considerando uma suposição, como se assumíssemos que só fosse possível termos sociedades organizadas e estáveis caso existissem regras imutáveis. Nunca fui apresentado a uma demonstração satisfatória da necessidade lógica de uma moral absoluta. Levando ao extremo, não é possível sequer comprovar que o destino das sociedades humanas seja a organização e a prosperidade. Padre, não considero muito ético a prática do bem apenas pelo temor de algum tipo de punição. Quer ensinar moral? Vamos ensinar moral. A humanidade parece ter capacidade de defini-la e transmiti-la, mas, mesmo que não tenha, não há sentido em apelar a entidades sobrenaturais ou a uma moral absoluta em um mundo com tantos pensamentos diferentes. Formar cidadãos éticos é essencial para uma sociedade saudável, e isso nada tem a ver com religião.

- Meu filho, meu filho... - disse o padre, sacudindo vagarosamente a cabeça, em sinal de negação - Bondade é sempre bondade, independente da motivação. Não importa o motivo pelo qual uma pessoa pratica o bem. O importante é o resultado para a humanidade. Um ato bondoso motivado pelo medo tem exatamente o mesmo valor de um ato bondoso que possua alguma outra motivação.

- Talvez tenha alguma razão, padre, mas percebo um valor maior no ato bondoso que esteja calcado em uma iniciativa comum da humanidade, com o objetivo de construir uma convivência melhor. Somos diferentes dos outros animais, pois podemos refletir sobre nossa própria condição e planejar o futuro a longo prazo, de modo a tentar atingir uma situação em que a maior parte dos indivíduos possa satisfazer seus anseios. Apesar de o temor e a bondade não serem testáveis ou mensuráveis, pelo menos de forma objetiva, eles existem. Uma pessoa é virtuosa mesmo que sua virtude não possa ser medida cientificamente. Não gostaria de ter por perto apenas pessoas que praticassem o bem movidas unicamente por um temor. Afinal, esse tipo de embasamento pode ser muito frágil. Uma vez removido o temor, perderia-se a justificativa para a bondade. O que restaria nesta situação, se não a maldade? Sem contar que uma sociedade na qual as pessoas vivem com medos desnecessários não pode ser muito feliz. As pessoas deveriam temer apenas o que fosse imperioso para um bom convívio. As opiniões e opções particulares não deveriam ser utilizadas para estimular o medo. O próprio temor é um fator gerador de ansiedade e depressão, o que vai na contramão da busca pelo bem estar.

- Já existem regras para a sociedade. Basta segui-las. - o padre argumentou - Se a pessoa não seguir, chame a polícia. Se for uma organização, chame o gerente de auditoria. Tecnicamente, não existe investigação sobre o que ocorre na mente. Então, não faz diferença alguma o motivo pelo qual alguém pratica o bem. Basta praticar.

- Isso se você estiver interessado apenas em um conjunto de pessoas que não se destruam mutuamente. Caso nosso objetivo seja algo mais profundo, como o máximo de satisfação e realização individuais, então sua estratégia nos daria muito pouco. A verdade é que existem, sim, muitas investigações sobre a mente humana. Científicas. Já é possível mapear as áreas do cérebro que são ativadas, dependendo das ações, dos desejos ou das sensações de um indivíduo. E continuo acreditando que a essência, ainda que imensurável, tem muito mais valor do que a aparência, diferente do cenário que o senhor está sugerindo. Caso contrário, seria impossível perceber, por exemplo, o valor da arte, se este fosse medido somente por resultados práticos ou auditáveis. Creio que a experiência capitalista, cada vez mais individualista e competitiva, crie essa falsa visão de necessidade de medições técnicas em qualquer área da complexa existência humana. Nossa espécie parece ser a única a ter à sua disposição uma experiência subjetiva altamente sublime.

- Alceu, você possui uma visão peculiar da vida e pode até estar certo a respeito de algumas das coisas sobre as quais conversamos. É claro que minha fé não se abala, mas essa sua confiança na capacidade humana pareceu-me sincera. Você observa o universo através de um perspectiva da qual poucos conseguem dispor. Mas não se pode negar que isso também configura uma manifestação de fé.

- Na verdade, não mantenho uma confiança irrestrita na humanidade e seus valores. Ela pode, sim, falhar miseravelmente em seus intentos. Porém, não conheço nenhuma postura adequada à vida em sociedade de uma espécie racional e consciente, que não seja o esforço constante na direção do aperfeiçoamento desses valores. Quanto à minha visão do universo e da vida, espero que o senhor concorde comigo que a posição que devemos assumir é sempre a de deslumbramento. Veja quanta grandeza há em tudo o que existe! Quantos mistérios a serem desvendados pelo homem, que ainda engatinha em sua trilha rumo ao conhecimento! Não deveríamos contentar-nos com explicações que não possuam um mínimo de comprovação ou que reduzam todas as coisas a uma simplificação grosseira. Cada possível explicação deveria ser investigada a fundo e aceita apenas quando mostrasse um certo grau de solidez e utilidade. Caso contrário...

O som de um alarme antifurto começou a soar lá fora, interrompendo Alceu. Ele correu até uma das janelas do lado oposto da sala e avistou seu carro com um dos vidros quebrados. Ao longe, um jovem corria, carregando sob o braço o rádio do qual acabara de apoderar-se.

- Maldição! - balbuciou Alceu, sem pensar.

O padre, de pé, alguns passos atrás, soltou uma leve risada.


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